Micropipetas

O que são Micropipetas?

As micropipetas são muito utilizadas em qualquer tipo de laboratório e para todos tipos de análises, desde uma mais simples até uma mais complexa, elas aspiram líquidos de um recipiente e transfere esse líquido com um volume muito preciso em outro recipiente. 

Elas têm como principal função medir líquidos com alta precisão, podem medir volumes muito pequenos de até 0,1uL que corresponde a 0,0001 mL ou seja, um décimo de milésimo de mililitro, incrível não é mesmo?

Você sabe qual a forma correta de pipetar?  (angulação e profundidade)

Mesmo as micropipetas sendo muito usada no dia-a-dia dos laboratórios e sejam simples de se utilizar, quando temos um novo usuário inexperiente ou até mesmo pessoas que já trabalham mas não conhecem de uma forma apurada o funcionamento da micropipeta alguns erros podem ser cometidos e comprometem a veracidade da sua análise. Além da técnica incorreta do operador outros fatores como calibração da pipeta, viscosidade do líquido e até fatores ambientais. 

Primeiramente, para transferir volumes é necessário pressionar o êmbolo da micropipeta que move o pistão em duas posições diferentes. 

O primeiro estágio do êmbolo, quando pressionado, faz com que o pistão interno desloque um volume de ar igual ao volume mostrado no indicador de volume, que foi previamente selecionado. Depois disso, é preciso soltar o botão de pressão suavemente (posição superior) para que o líquido seja aspirado. 

No segundo estágio, é necessário pressionar o botão de pressão passando pelo primeiro estágio e indo até o segundo, dessa forma você consegue garantir que todo líquido da ponteira foi dispensado

Outro dica super importante é sobre a angulação, quando você estiver coletando o líquido é sempre importante que a micropipeta esteja na posição vertical e a ponteira esteja  totalmente imersa na superfície solução, mas não deve tocar o fundo do recipiente e nem as laterais de onde ela está coletando o líquido, para que não faça bolha na ponteira e consequentemente diminua a exatidão do volume a ser coletado.

á na hora de dispensar esse volume é interessante que a micropipeta esteja na posição vertical e o frasco onde vai ser dispensado esse volume esteja inclinado em 45º aproximadamente, é importante que o líquido seja dispensado tocando a parede do recipiente para que saia todo líquido que está na pontinha da ponteira.

Ahh e não se esqueça de realizar a ambientação sempre que você usa a ponteira pela primeira vez, isto é, aspirar e dispensar sua amostra algumas vezes antes de pipetar o volume definitivo que será coletado.

A imagem abaixo nos mostra como isso é feito na prática [1]:

Lembre sempre de realizar o descarte da ponteira usando o botão injetor:

DICAS MATRIX:

1. Quando você tiver volumes de 10uL ou menor, dispense diretamente na posição vertical o líquido, para esses volumes não é necessário tocar a parede de seu recipiente.
2. O ajuste do volume a ser pipetado deve ser feito antes de realizar o encaixe da ponteira e com a micropipeta na posição vertical para evitar o erro de paralaxe. 
3. Erro de paralaxe é um erro que ocorre pela observação errada na escala de graduação causada por um desvio óptico devido ao ângulo de visão do observador [2].
4. O pré-enxague da ponteira é o ato de aspirar o primeiro volume de líquido e descartá-lo, sempre que possível faça esse pré-enxague, algumas soluções contendo proteínas ou solventes orgânicos podem deixar uma camada dentro da parede ponteira diminuindo a precisão e exatidão do volume que será coletado e esse problema é facilmente resolvido apenas com o pré-enxague de sua ponteira!
5. Quanto menor o espaço não preenchido de líquido dentro da ponteira na hora da pipetagem, melhor. Você consegue reduzir tanto o erro sistemático como o erro aleatório. Então para pipetar volumes de 200uL por exemplo, prefira ponteiras que variam entre 0-200uL no lugar de ponteiras que variam de 200-1000uL. 

Pipetagem ao contrário

**Todas as dicas a respeito de cuidados, angulação e forma de manusear a micropipeta continuam válidos aqui** 

Antes de começar a pipetagem primeiro você irá ajustar o volume que será coletado na ponteira, lembrando sempre de deixar a micropipeta na posição vertical e fazer o ajuste de volume antes de acoplar a micropipeta na ponteira. 

A principal diferença entre a pipetagem normal e reversa é que aqui você vai usar o segundo estágio do êmbolo para aspirar seu líquido e o primeiro estágio para dispensá-lo e irá ficar um volume de líquido na ponteira após você dispensar o volume que será  utilizado, esse volume se referente a diferença entre o primeiro e segundo estágio da ponteira.

Esse volume adicional pode compensar perdas que ocorrem devido a gotejamento, evaporação e aderência a parede interna da ponteira, muitas vezes relacionadas a viscosidade do líquido. Mas não se esqueça: Esse volume deve ser descartado no final da pipetagem, porque ele não faz parte do volume requerido

A figura e os passos abaixo nos mostram como é feita a pipetagem reversa [3]:

1. Pressione o botão do êmbolo até o segundo estágio (até o final).
2. Mergulhe a ponteira no líquido e deixe o êmbolo mover-se para cima.
3. Pressione o botão do êmbolo até o primeiro estágio (lembre-se que irá ficar uma quantidade de líquido na ponteira)
4. Descarte o líquido residual que ficou na ponteira.

Importante: 

* O volume total utilizado não pode ser maior que a capacidade máxima da ponteira, o importante é que seja utilizado até 80% da capacidade total da ponteira. 

Ex: Uma ponteira de 200 uL, na pipetagem reversa é interessante que não seja usada para coletar volumes maiores de 160 uL.

* Apenas ponteiras que operam por meio de deslocamento de ar podem ser usadas.

Pipetagem de líquidos viscosos Para a pipetagem de líquidos viscosos, primeiramente você precisa de uma micropipeta que seja excelente (fale com um consultor Matrix podemos te ajudar com isso). Em seguida, você precisa aspirar e dispensar lentamente o líquido e por fim a pipetagem reversa é super bem vinda nesses casos, porque ajuda a diminuir o erro do volume residual que pode ficar na ponteira quando é feito por pipetagem normal, influenciando na exatidão da pipetagem.

Como armazenar a micropipeta? É importante sempre armazenar a micropipeta na posição vertical e no suporte próprio para ela, uma dica Matrix é deixar sempre a micropipeta na posição do volume máximo, assim você consegue aumentar a vida útil da sua micropipeta.

Outra recomendação é que você sempre armazene suas ponteiras nas racks que são próprias pra isso (existe uma para cada tamanho de ponteira), na hora de encaixar sua ponteira na micropipeta, quando elas estão nessas racks de armazenamento, você garante que a ponteira vai ficar encaixada na micropipeta de forma correta, aumentando a eficiência da pipetagem.

O que não fazer durante a pipetagem: 

1. Nunca imergir a ponteira mais que 1cm na sua amostra. 
2. Não pipete líquidos em que a temperatura seja maior que 70ºC ou menor de 4ºC.
3. Vire a micropipeta de cabeça para baixo, principalmente se ela estiver acoplada a ponteira com algum líquido dentro.
4. Não use volumes fora das especificações da micropipeta.

Micropipetas Monocanal x Micropipetas Multicanal: Tanto as micropipetas monocanais como as multicanais funcionam pelo princípio de deslocamento de ar, isso significa que possuem um pistão dentro delas que se move para baixo, deslocando o ar em contato com ele para fora da pipeta, esse funcionamento se parece muito com uma seringa.

As micropipetas monocanais possuem apenas uma saída para dispensação de líquidos, já as multicanais possuem geralmente 8 ou 12 canais de dispensação de líquidos e eles funcionam de forma simultânea.

Mas qual micropipeta comprar? Se você trabalha com grandes quantidades de amostras o ideal é a multicanal, porque vai diminuir o tempo de preparo das suas amostras. Agora se você não prepara muitas amostras de forma simultânea, a micropipeta monocanal pode ser a perfeita pra você!

Manutenção e Calibração de Micropipetas: O processo de manutenção preventiva e calibração das micropipetas é indispensável para a rotina do laboratório, uma vez que, se sua micropipeta estiver descalibrada, toda a veracidade da sua análise pode ser comprometida. 

Para fazer a manutenção preventiva, entre em contato com o fabricante da sua micropipeta, eles dispõem desse procedimento, pois cada um tem sua particularidade.

A calibração da micropipeta também deve ser realizada periodicamente, assim como alguns dos fabricantes também realizam esse processo, existem várias empresas especializadas só nisso e que seguem as normas ISO de calibração. Garanta sempre a qualidade e confiabilidade das suas análises, realizando tanto a manutenção preventiva como a calibração de sua micropipeta.

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A construção desse artigo contou com as fontes abaixo:

[1] Imagem: https://kasvi.com.br/micropipeta-funcionamento-estrutura-sistema-medicao/

[2] https://pt.wikipedia.org/wiki/Erro_de_paralaxe

[3] Imagem: https://bit.ly/3kZMiMz